sábado, 10 de março de 2018

Medicação e FELV

Boa tarde donos de Felvinhos,

Este post servirá para vos esclarecer sobre a medicação utilizada para ajudar o gato a suportar a presença do vírus no seu corpo. Infelizmente o FELV não tem cura, e como tal apenas existem medicamentos que ajudam a suprir algumas carências que o gato tem derivado ao vírus. Assim, ao longo da minha experiência com a FELV, utilizei alguns medicamentos, e irei utilizar outros mais que irei postar posteriormente aqui, para ajudar a minha gata que tem FELV. Relembro que esta medicação foi utilizada apenas com a supervisão de um veterinário competente, sendo que ela tem consultas regulares de seguimento de três em três meses, com análises clínicas, entre outros exames quando necessário claro.

A medicação que eu utilizei no FELV foi:

  • Interferão (antiretroviral manipulado)
  • Impromune (medicamento natural, em comprimidos)
  • KimiAdapt (medicamento imunoestimulante, em comprimidos)

Existem mais medicamentos no mercado, principalmente no mercado português, mas estes foram os recomendados pelas veterinárias dela. Como sempre obtive resultados positivos com elas, fui variando uma de outra para continuar a estimular o sistema imunitário da minha gata.

O protocolo (aplicação) destes medicamentos é variado consoante o tipo de medicamento. Claramente, que cada veterinário tem a sua opinião formada sobre o tipo de protocolo, por isso, este protocolo foi estabelecido pelas veterinárias da minha gata. Os protocolos da medicação são os seguintes:

  1. Interferão
São ampolas manipuladas. Como se trata de um antiretroviral, tem que ser fornecido ao gato diariamente, oralmente, por três meses, tendo depois uma pausa de três meses. Posteriormente é importante alterar o medicamento para outro imunoestimulante, pois o sistema imunitário do gato pode criar resistência a este medicamento.

  1. Impromune
É um medicamento natural em forma de comprimidos. Normalmente, um gato deve apenas tomar meio comprimido, e são palatáveis. As componentes deste medicamento pretende estimular a imunidade do gato, fazendo com que a medula óssea produza mais glóbulos brancos. Existem diversos protocolos com este medicamento. O primeiro é o gato tomar o medicamento por três meses, todos os dias, fazer análises, parar três meses e retomar ao fim destes. O segundo é tomar todos os dias por um mês, parar um mês, e tomar novamente todos os dias no terceiro mês. O terceiro é misturar a medicação com outra, por exemplo o Interferão, já que a combinação das duas não invadia a sua ação. Os protocolos mais utilizados são os dois primeiros.

  1. KimiAdapt
É um medicamento natural em forma de comprimidos, que não é muito palatável. Normalmente, um gato toma apenas meio comprimido, mas este comprimido é revestido, e tem um sabor amargo, tornando muitas vezes indesejado ao gato, provocando vómitos. Caso o gato se adapte bem, é bastante eficaz. Existem dois tipos: 105 e 35. O 105 é o mais composto e o mais utilizado. Assim como o Impromune, existem diversos protocolos com este medicamento. O primeiro é o gato tomar o medicamento por três meses, todos os dias, fazer análises, parar três meses e retomar ao fim destes. O segundo é tomar todos os dias por um mês, parar um mês, e tomar novamente todos os dias no terceiro mês. O terceiro é misturar a medicação com outra, por exemplo o Interferão, já que a combinação das duas não invadia a sua ação. Os protocolos mais utilizados são os dois primeiros.

Como indiquei anteriormente, ainda outras medicações, com as quais eu não utilizei, pois todos os mencionados foram os que utilizei nas minhas gatas e os recomendados pelas veterinárias.

Além destes medicamentos orais, existem ainda injecções imunoestimulantes, dadas pelas veterinárias, quando as defesas se encontram muito baixas.

A que utilizei numa das minhas gatas, a que infelizmente faleceu derivado a outras complicações (noutro post conseguem analisar o caso em detalhe), foi o Infermun, que tinha como objetivo estimular o sistema imunitário do gato. O seu protocolo é duas injeções, cada uma com um intervalo de 1 semana, sem falhar. Existe ainda a possibilidade de aumentar esse número de injeções para quatro, com a mesma distância temporal entre si, caso as defesas imunitárias do gato estejam muito baixas.

Além disto, o Infermun injectável já foi utilizado, em determinados gatos, como um antiretroviral. Quando utilizado para esse fim, a sua ação é comprimir o vírus, da mesma maneira que os medicamentos antiretrovirais fazem nos humanos infectados com VIH. As veterinárias fizeram um esquema, que irei aplicar posteriormente à minha gatinha, de um protocolo que implica ir uma vez por semana à clínica para a injecção, por cinco meses.

Assim, o protocolo definido para o Infermun, injectável é:

  • 1 injeção;
  • 48 horas posteriores, 1 injeção;
  • Posteriormente, 1 injeção semanal, devidamente programada, por 5 meses.

Objetivo: diminuir a carga viral do FELV, estimulando ao mesmo tempo a imunidade do gato.
O possível resultado é tornar o gato novamente assintomático, podendo ainda o tornar negativo à presença do vírus. Isto não é um CURA, mas antes uma compressão do vírus, tornando inativo no corpo do gato, evitando assim problemas recorrentes derivado do vírus, como anemia, deficiências renais crónicas, problemas hepáticos, problemas dermatológicos, entre mais.

Eu irei conversar mais com as veterinárias sobre este novo protocolo, e assim que tiver mais resultados irei publicar aqui, no blog, para que saibam mais sobre isto.

Se vocês estão a passar por isto, não desesperem, procurem ajuda de um veterinário, pois o FELV apesar de não ter cura, existem inúmeros medicamentos que podem auxiliar o bem estar do seu gato.

Abraço,


Luís

Perda de um Felvinho

Olá a todos os donos de felvinhos,

Eu tinha duas gatinhas com felv, no entanto perdi uma.

Uma delas, a que tinha mais sintomas desta maldita doença, começou com uma anemia leve desde novembro do ano passado. Desde essa altura estive a fazer um anti-anémico (Wehemo), além de medicação apropriada aos sintomas dela: problemas renais crónicos (semintra), baixa imunidade (impromune), e um adicional ao problema renal (Wenefro). 
Em janeiro deste ano, ela fez análises e continuava anémica, embora as defesas (glóbulos brancos) estivessem boas, ou seja, fez uma pausa do medicamento que estimulava a imunidade. Em fevereiro reparei que ela estava a ficar mais magra, e meio esbranquiçada, então levei-a à vet, até porque eu tinha marcado uma ecografia marcada de prevenção (ver como estavam os rins essencialmente). Depois de uma análise de sangue, o hemograma revelou que estava com uma anemia severa, então, procedeu-se a uma transfusão de sangue. Nesse dia, ela voltou meio animada e comia muito. No entanto, passado uma semana, ela voltou a piorar, e o resultado foi ela estar pior do que estava antes da transfusão! Então, fizemos o teste para haemobartonella, cujo resultado foi positivo. Então começou a fazer antibiótico, e como ela mal comia, comecei a dar lhe recovery e a/d (alternando um e o outro) pela seringa, de 20 ML, sendo que lhe dava 3x ao dia, 2 seringas por vez. Então começou a engordar um pouco, mas não parava de ter anemia, então a vet disse que o sistema imunitário estava a destruir todas as células, uma anemia auto-imune, então o melhor seria iniciar o tratamento de corticóides. Inicialmente eu levava ela todos os dias para fazer soro, ferro, vitaminas e o corticóide pelo soro também, mas depois mudou para comprimidos, para não ser massacrada! Resultado final: não curou nada, não regenerou nada, e a medula óssea tinha parado. Ou seja, o vírus estava já em estado terminal, estava a influenciar a maneira de trabalhar da medula, e por isso não havia já muito a fazer. 

Então, na segunda, pedi a eutanásia para ela não sofrer. No domingo ela passou a noite toda a gemer, irrequieta (não queria ficar tapada, pois aqui faz frio), não queria ficar na minha cama, e quando ia à caixinha de areia parecia que tinha corrido uma maratona, pois estava de boca aberta, cansadíssima. Ela estava a sofrer, muito, e por isso tomei essa decisão! Mas sabem, não deixo de sentir culpa por ter tomado esta decisão, embora fosse a que eu podia tomar. Não podia arrastar o sofrimento dela, fiz tudo o que podia e a medicina veterinária ofereceu tudo o que podia! Mas todos temos limites, e infelizmente a medicina veterinária também os tem. Não existe uma cura para este maldito vírus e nenhum medicamento totalmente eficaz. Enfim, tenho agora só uma gatinha, que irei cuidar com todo o carinho e amor, mas irei sentir imensas saudades da minha Tété, que era tão boa, meiga, amiga. A dor ainda é imensa, mas espero que o tempo a transforme apenas numa saudade.

Espero que tenham mais sorte, e que os tratamentos sejam eficazes. 


Obrigado, por este grupo, pelo vosso apoio, carinho e compreensão. Só quem tem felvinhos sabe o sacrifico, amor e desespero que nós, donos, pais, temos com eles. Amor acima de tudo, e paz. 

A Tété